ATA DA TRIGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO SOLENE DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA
ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 18.11.1997.
Aos dezoito dias do mês de novembro do ano de mil
novecentos e noventa e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho,
a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezenove horas e trinta e cinco minutos,
constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título
Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Guilherme Socias Villela, nos termos do Projeto de Lei
do Legislativo nº 72/97 (Processo nº 1302/97), de autoria do Vereador João Dib.
Compuseram a Mesa: os Vereadores Clovis Ilgenfritz e Isaac Ainhorn,
respectivamente, Presidente e 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto
Alegre; o Senhor José Fortunati, Vice-Prefeito Municipal de Porto Alegre,
representando o Senhor Prefeito Raul Pont; o Senhor Gilberto Mussi, Secretário
Adjunto da Casa Civil, representando o Senhor Governador do Estado do Rio
Grande do Sul; o Coronel Irani Siqueira, representante do Comando Militar do
Sul; o Senhor Dagoberto de Lima Godoy, Presidente da Federação das Indústrias
do Rio Grande do Sul - FIERGS; o Senhor Celso Bernardi, Presidente Regional do
PPB; o Senhor Mauro Knijnik, Presidente da Federação das Associações Comerciais
do Rio Grande do Sul - FEDERASUL; o Senhor Guilherme Socias Villela,
Homenageado; a Senhora Maria Inês
Pilla Villela, esposa do Homenageado; o Vereador João Dib, na ocasião,
Secretário "ad hoc". Em prosseguimento, o Senhor Presidente convidou
a todos para, em pé, assistirem à execução do Hino Nacional. Após, registrou o
recebimento de correspondência alusiva à presente solenidade, de autoria do
Deputado Iradir Petroski, Secretário do Trabalho, Cidadania e Ação Social; do
Senhor Assis de Souza, Secretário de Energia, Minas e Comunicações; do Senhor
Júlio Redecker; do Senador Espiridião Amin; dos Deputados Jair Soares e Paulo
Vidal. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que se
pronunciariam em nome da Casa. O Vereador João Dib, em nome das Bancadas do
PPB, PSB e do PMDB, destacando a aprovação unânime pelos Senhores Vereadores da
homenagem hoje realizada, discorreu sobre a convivência que sempre manteve com
o Senhor Guilherme Socias Villela, relembrando, em especial, a atuação deste
político à frente do Executivo Municipal de Porto Alegre. O Vereador Reginaldo
Pujol, em nome das Bancadas do PFL e do PPS teceu comentários acerca das
atividades em prol da Cidade desenvolvidas pelo Homenageado, declarando ter
sido ele responsável por toda uma transformação urbana que em muito beneficiou
a população mais carente do Município. O Vereador Isaac Ainhorn, em nome da
Bancada do PDT, afirmou representar o Título hoje entregue o reconhecimento de
Porto Alegre ao trabalho realizado pelo Senhor
Guilherme Socias Villela, nominando obras de sua responsabilidade, em especial
a viabilização do Parque Marinha do Brasil. O Vereador Clovis Ilgenfritz, em
nome da Bancada do PT, congratulou-se com o Senhor Guilherme Socias Villela,
declarando saudar a "figura humana, a forma de trabalhar, o respeito pelas
pessoas, a capacidade de diálogo e a visão estratégica de desenvolvimento"
características do Homenageado. O Vereador Cláudio Sebenelo, em nome da Bancada
do PSDB, manifestando sua crença de que a presente solenidade "apenas
formaliza uma situação já existente", discorreu sobre a trajetória
política e profissional do Senhor Guilherme Socias Villela. Em prosseguimento,
o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vice-Prefeito José Fortunati, que
analisou a importância do Título de Cidadão de Porto Alegre, concedido àqueles
que realizaram um trabalho positivo na busca do desenvolvimento da Cidade. A
seguir, o Senhor Presidente convidou o Vereador João Dib e o Vice-Prefeito José
Fortunati a procederem à entrega do Diploma e da Medalha referentes ao Título
Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Guilherme Socias Villela,
concedendo a palavra a Sua Senhoria, que agradeceu o Título recebido. Em
continuidade, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, assistirem
à execução do Hino Rio-Grandense e, às vinte horas e quarenta e sete minutos,
nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados
os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da
próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
Vereadores Clovis Ilgenfritz e Reginaldo Pujol e secretariados pelo Vereador
João Dib, na ocasião, Secretário "ad hoc". Do que eu, João Dib,
Secretário "ad hoc", determinei fosse lavrada a presente Ata que,
após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º
Secretário e Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Estão abertos os trabalhos da
32ª. Sessão Solene, destinada à entrega do título honorífico de Cidadão de
Porto Alegre ao Economista Guilherme
Socias Villela, a requerimento do Ver. João Antônio Dib, proponente da Sessão.
Queremos convidar para participar da Mesa o representante do Sr.
Prefeito Municipal de Porto Alegre Sr. José Fortunati, Vice-Prefeito; o representante do Senhor
Governador do Estado do Rio Grande do Sul,
Sr. Gilberto Mussi - Secretário Adjunto da Casa Civil; o nosso
homenageado, Economista Guilherme Socias Villela (Palmas.); o Cel. Irani
Siqueira, representante do Comando Militar do Sul; a Sra. Maria Inês Pilla
Villela, esposa do homenageado; o Presidente da FIERGS, Dr. Dagoberto de Lima
Godoy; o Presidente Regional do PPB, Sr. Celso Bernardi; o Presidente da FEDERASUL,
Dr. Mauro Knijnik.
Convidamos a todos para , em
pé, assistirmos à execução do Hino Nacional.
(Executa-se o Hino
Nacional.)
Registramos as seguintes
correspondências recebidas: Deputado Iradir
Petroski; Secretário do Trabalho, Cidadania e Ação Social; do Sr. Assis
de Souza; Secretário de Energia Minas
e Comunicações; do Sr. Júlio Redecker;
do Senador Espiridião Amin; do Deputado Federal, Sr. Jair Soares e do
Deputado Paulo Vidal, Líder do PSDB.
O Ver. João Dib está com a
palavra e fala como proponente em nome de sua Bancada, o
PPB, e pelas Bancadas do PSB e PMDB.
O SR. JOÃO
DIB: (Cumprimenta
os componentes da Mesa.) Há vinte e sete anos que ocupo esta tribuna e somente
quatro vezes eu vim até ela para homenagear alguém com o título de Cidadão de
Porto Alegre e esta iniciativa teve o
apoio unânime da Câmara Municipal. Acho que esta homenagem que hoje se presta a
Guilherme Socias Villela é, sem dúvida alguma, uma das mais merecidas que já
prestei e que esta Casa também o faz.
Eu sempre digo que é preciso
conviver para compreender, e é preciso compreender para conhecer, e conhecer
para aprender, respeitar e gostar. Eu passei por todas essas fases ao lado do
nosso homenageado de hoje e aprendi a respeitá-lo profundamente, aprendi a gostar
muito dele pela sua competência, pela sua seriedade, pela sua responsabilidade,
pela sua dignidade. É um homem que sabe ser amigo dos seus amigos, que sabe ser útil e sabe servir a toda a sua
comunidade. Convivendo com ele, aprendi uma pequena história, que já contei
aqui, mas hoje vou contá-la novamente, quando o Prefeito Villela homenageava
uma figura importante desta Cidade, o Padre Roberto Roncato. O Prefeito Villela
contava sobre duas pessoas trabalhavam, aparentemente fazendo a mesma coisa. Um
cantava e o outro praguejava, mas faziam o seu trabalho. Uma terceira pessoa
chegou e perguntou o que fazia aquele que praguejava. E ele respondeu: "O
senhor não vê que estou construindo uma parede". Ele passou para o outro
que cantava e o outro respondeu: "Meu amigo, o senhor não vê que estou
construindo uma catedral"? Isto foi o que Villela fez, ele construiu
muitas catedrais na Porto Alegre, que todos nós amamos, e que hoje lhe presta
uma grande homenagem.
Eu não vou falar muito tempo
porque é mais importante para todos nós ouvir o Guilherme Socias Villela, o
nosso homenageado de hoje, mas apenas vou dizer uma coisa: Villela foi Prefeito
de Porto Alegre por 2922 dias. Eu tenho absoluta convicção de que ele não
contou os dias, mas trabalhou todos esses dias tentando edificar uma Porto
Alegre melhor, e ele conseguiu. Isto é extremamente importante. O que eu quero
é que ele continue construindo catedrais onde ele se encontrar, no tempo em que
se encontrar, e isso também vai acontecer, porque sei da sua pertinácia, da sua
decisão de acertar e do seu desejo de servir. Portanto, cumprimento o mais novo
Cidadão de Porto Alegre e, a todos, desejo, saúde e paz. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Nós
vamos considerar todos os presentes como extensão da Mesa, porque,
dificilmente, poderíamos fazer uma listagem sem que pudesse acontecer algum
deslize de nossa parte. Então, os senhores, senhoras, professores,
funcionários, servidores públicos que trabalharam com o Ex-Prefeito Villela e
Ex-Prefeito João Dib, Deputados Estaduais e Federais, amigos, todos,
considerem-se como extensão da Mesa.
Nós queremos dizer que desde
ontem estamos estreando o canal 16 da TV, na NET, onde a Câmara vai passar, do
dia 23 em diante, todas as sessões da Casa. Esta Sessão Solene está sendo
filmada para ser notícia em nosso canal, que é inédito aqui no Sul.
O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra pelo seu Partido o PFL e pelo PPS.
O SR.
REGINALDO PUJOL: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Meu irmão Guilherme
Socias Villela e Maria Inês Pilla Villela, esta concorrida tarde, na Câmara
Municipal, que reúne tão seletas figuras da sociedade porto-alegrense, é o
mínimo que poderia acontecer na Casa do Povo de Porto Alegre quando esta, na sua
soberania e por unanimidade, resolve, com toda a justiça, conceder a cidadania
porto-alegrense ao Economista Guilherme Socias Villela. Devo confessar que me
sinto emocionado, eis que este ato propicia que se reúnam, nesta Casa, homens e
mulheres com os quais trabalhei, sob o comando do nosso homenageado. Certamente
que o proponente desta homenagem, o destacado Ver. João Dib, com a sua
objetividade de Engenheiro, já deu os parâmetros que, naturalmente, deverão ser
seguidos por todos que o sucederem na tribuna.
Cabe-me falar em nome dos
que não vieram. Lembro-me, Villela, da inauguração da segunda unidade da Vila
Restinga, quando, parafraseando Ildo Meneghetti, tu lembraste o que os humildes
não esquecem jamais.
Eu penso, que falando nesses
humildes, especialmente que por força maior aqui não estão, como a Zica, a
Maria Aparecida, o Apolônio, o Tio Joãozinho, o Sr. Ely, o Sidney, àqueles
nossos companheiros de jornada, é que
ouso vir à Tribuna nessa hora dizer que todos nós que aprendemos a te amar,
a querer bem a ti, a Maria Inês, aos teus filhos André e Débora.
Sentimo-nos, nessa hora, envaidecidos. Nós sabemos, os humildes, aqueles que
aprenderam a te querer bem que somos um
pouco da tua obra. A tua grandiosa obra na cidade de Porto Alegre, onde plantaste parques, abriste avenidas,
construíste centros de cultura e tantas outras obras que teimam em apagar
aquelas pequeninas outras obras, que para nós os humildes, foram as grandes
obras que tu realizaste. Em nome desses e daqueles. que, pela ação positiva da tua administração,
viram, pela primeira vez, a rede de esgoto, tiveram contato com a rede de água,
viram a sua casa ser erguida, as praças serem urbanizadas, as escolas serem
estabelecidas, quero te saudar dizendo o que Porto Alegre já sabia, que a Câmara
de Vereadores não poderia deixar de ter a sensibilidade de consagrar, na Lei,
aquilo que os porto-alegrenses já haviam deliberado anteriormente. Tu és um
cidadão de Porto Alegre. Tu és um cidadão dessa cidade, porque viestes da tua
Uruguaiana, com ela conviveste, com ela colaboraste e nela produziste uma
metamorfose urbana, que nós todos que participamos da tua equipe, com grande
orgulho acentuamos.
Por isso, nesse dia, que com todos teus amigos, ou pelo menos
parte dos teus amigos, já que esta Casa não teria condições de receber todos
aqueles que reconhecem a excelência do teu trabalho, que teus amigos vêm aqui
te homenagear e convalidar o gesto desse
Legislativo, que aprovou unanimemente a
proposição do Ver. João Dib, não me cabe dizer outra coisa senão repetir
a ti mesmo: os humildes não esquecem jamais.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra, pela Bancada do PDT.
O SR. ISAAC
AINHORN:
(Saúda os componentes da Mesa.) Prezado homenageado, meu caro economista
Guilherme Socias Villela, bem como sua esposa, a Sra. Maria Inês Pilla Villela.
Eu, nesta oportunidade, fiz questão de me pronunciar, prometo
seguir a mesma linha do autor da iniciativa. Dr. Mauro Knijnik, na medida em
que, parafraseando o célebre filósofo espanhol Ortega Y Gasset, que dizia que a
clareza era a cortesia do filósofo, eu digo que a brevidade é a cortesia do
político. Dentro dessa linha, eu insisti em falar no nome do meu Partido,
porque é o reconhecimento não só daquelas Bancadas que passaram por aqui, de
pessoas que tiveram e têm grande proximidade no trabalho, na Administração
desta Cidade junto com o nosso homenageado, o Eng. João Antônio Dib e o
Advogado Reginaldo Pujol.
E neste momento fala um homem público, que representa um Partido
que historicamente se encontra em uma
vertente distinta no pensamento político, mas faço questão de fazer uso da
tribuna da Casa para, em primeiro lugar, expressar a satisfação por homenagearmos,
o hoje, Cidadão de Porto Alegre: Guilherme
Socias Villela. Como bem formulado pelo Ver. Reginaldo Pujol, ele já tinha
conquistado o título, de fato, bastava reconhecê-lo e dar a configuração legal,
jurídica, através da iniciativa do proponente, Ver. João Dib, da aprovação
unânime da Casa e da sanção pelo Prefeito Municipal; e isso foi feito. E hoje,
nesta Casa, é o momento solene de outorga dessa honraria, de reconhecimento.
E falava do reconhecimento ao homem público, na sua trajetória,
daquilo que ele já fez dentro do seu currículo, e fez por merecer a
condição, que lhe é outorgada a de Cidadão de Porto Alegre.
E a partir do momento da decisão unânime da Casa, uma Casa plural,
com pensamento de todas as vertentes, Vereadores de outras correntes políticas
fazem o reconhecimento da história do jovem Dr. Villela, uma história de vida pública, reconhecida
por toda a Cidade.
E aqui falo, também, da trajetória de grandes prefeitos que Porto
Alegre já teve, dessa galeria em que ele acha-se inserido, dessas grandes
figuras como Otávio Rocha, Loureiro da Silva, Leonel Brizola, Thompson Flores e
depois Guilherme Villela, que deram um desenho extremamente importante à vida
da Cidade. E digo que se não tivessem sido forjadas e formuladas as obras
daquele período, não se conseguiria andar em Porto Alegre. Por isso o nosso
reconhecimento e o nosso respeito a esse homem que deixou uma trajetória
fulgurante na Cidade de Porto Alegre.
Villela foi fundador, criador e pioneiro no Brasil -
e é importante que se diga isso, pois é um dado que é marco dentro da história
brasileira, das administrações públicas municipais - da primeira Secretaria
Municipal do Meio Ambiente, cujo Secretário foi o saudoso Roberto Eduardo
Xavier. Aí estão o Parque Marinha do Brasil, dentro da continuidade do Parcão,
o Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, e a Cidade, Prefeito Villela, lhe deve
muito, tem o reconhecimento e lhe
presta hoje, através de sua representação política, a expressão de todas as
correntes políticas. Tudo isso já bastaria para a outorga deste título, mas vou
falar, também, da sua brilhante trajetória como parlamentar, como Deputado
Estadual e, mais recentemente, uma obra da mais alta expressão, na Secretaria
Estadual de Transportes. Sobretudo a partir do momento em que conseguiu
realizar - e é obra sua, é mérito seu - o importante momento da privatização do
Porto de Rio Grande, que é inquestionável e que deve ser referido. O senhor
também pensou em Porto Alegre, e é um reconhecimento e um mérito extremamente
importante que se faz aqui, pois deixou as bases de um projeto que está aí, que
foi apresentado a esta Casa pelo senhor, quando fez a apresentação do Projeto
Porto dos Casais para o Cais do Porto.
Por isso eu não poderia
deixar de estar presente, e teria outras razões de sobra, pela sua vinculação
com a comunidade de que sou oriundo, teria outras razões para lhe dizer da
minha satisfação, neste momento, de estar aqui, prestando-lhe esta homenagem.
Eu poderia até continuar falando, mas em respeito à continuidade daquilo que
prometi cumprir, encerro aqui, saudando-o e dando um forte e caloroso abraço
nesse novo cidadão de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): O Ver. Clovis Ilgenfritz está com a palavra, pela Bancada do Partido
dos Trabalhadores.
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ : (Saúda
os componentes da Mesa.) Quero dizer ao nosso homenageado e ao Ver. João Dib,
que, por eu estar presidindo os trabalhos, já era a presença da nossa bancada
que estava se manifestando. Mas eu fiz questão de usar a tribuna, porque temos
muitas razões para isso. Quando eu era dirigente do CREA, do Sindicato dos
Arquitetos, do IAB, muitas demandas acabavam nas mãos do Prefeito; com o
Prefeito Thompson Flores, Prefeito Socias Villela, Prefeito João Dib. E nós
convivemos nessa época com esses tipos
de encontros.
Eu não esqueço o dia em que
fui à Prefeitura, tive uma audiência
com o Prefeito, aquilo foi uma coisa importante, eu estava em estado de
expectativa. Eu nunca esqueço do jeito
cordial, amigo, simples e como que facilitando o diálogo do Prefeito,
esfregando as mãos e disse: " O que vocês querem, Ilgenfritz." Então,
aquilo, me gravou profundamente, uma coisa mais humana do que profissional, do
que autoridade, representante de uma entidade. Aí, conversamos, e o assunto foi
levado adiante para solução futura.
Depois, por uma dessas
razões, que só se explica mais tarde, eu acabei sendo Secretário de
Planejamento no Governo Olívio Dutra. E, ali, fui desafiado já no primeiro para
o segundo mês, de fazer um trabalho que teria que ficar pronto em poucos dias,
para ir a 8 países da Europa, Estados Unidos, Canadá, fazer contatos para recursos para a Prefeitura. Eu fui junto com
o Vice-Prefeito de São Paulo, e foi uma missão muito interessante e que surte
efeito até hoje, embora, na época, o Prefeito Olívio Dutra tenha dito na minha
volta: "onde é que está, onde é que está o dinheiro. Tu foste lá, ficou 29
dias viajando." Eu disse: "Olha, dinheiro eu não trouxe, mas eu
deixei uma semente muito forte, em muitos lugares." Eu, agora, vou contar
a historinha do documento que levei à
Europa para entregar às entidades. Nós fizemos um documento muito bom
sobre o que nós queríamos e também mostrar o que é Porto Alegre, que é “capital de que, onde é que fica",
aquela história que nos magoa, mas que é uma realidade brasileira em muitos
aspectos. É Rio, São Paulo, Brasília, Buenos Aires e deixar a semente em algum
lugar. Nós não tínhamos como elaborar aquele documento em tão pouco tempo. E
fomos rebuscar os arquivos da Secretaria, onde esteve o Renzo, o Ferraro, Oscar
Pereira, o professor Veríssimo e tantos outros que produziram documentos e,
quem sabe, muitos da época do Prefeito Villela, e um deles se sobressaiu. Nós
precisávamos fazer a ilustração das nossas sugestões e mostrar coisas de Porto
Alegre. Tinha um panfleto, um documento, que acho que ficou histórico, e nunca
mais foi feito um tão bonito, tão bem-feito sobre o Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano, e aqui que está a minha confissão pública e que eu
tenho a honra de dizer. Nós recortamos inúmero pedacinhos de uma daquelas
publicações para montar as ilustrações que nós queríamos. Assim como de outros
que foram publicados, mas aquele foi fundamental e, até hoje, as pessoas dizem:
se tu queres saber alguma coisa do primeiro PDDU, pega aquela publicação do
Prefeito Villela. Esta é a identidade que nós temos . E, aí, a coincidência,
hoje, aqui na Câmara, eu recebi do Prefeito Raul Pont o 2º. Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e
Ambiental e nós estávamos com muita dificuldade para fazer uma publicação para
colocar alguma coisa do primeiro Plano e que tivesse a conotação que nós
queríamos, os dados. Então, novamente fomos àquela publicação. De ontem para
hoje, estavam procurando onde estava a publicação do Prefeito Villela.
Então, a homenagem que eu posso fazer é dizer isso para este
ilustre Cidadão, que nós, agora, estamos na iminência de discutir, de novo, o
Plano Diretor. Mas, como já foi dito, ele foi um dos grandes alavancadores da
transformação que nós sofremos na nossa Cidade e que, hoje, é motivo de orgulho
para todos nós. Assim como outros Prefeitos, mas, agora, estamos homenageando o
Villela, por iniciativa do seu Ex-Prefeito João Dib e de todos nós que
assumimos juntos, os 33 Vereadores.
Queria dizer que é uma honra, para mim, homenageá-lo e que, afora
todos estes aspectos, do trabalho, de Prefeito, de Ex-Prefeito, Deputado,
Secretário de Estado, Economista, o que nós temos para ressaltar, neste
momento, é a figura humana de Villela. Se me permitem, este ainda é o principal
predicado que eu considero numa hora de fazer uma saudação. A sua figura
humana, a sua forma de trabalhar, o respeito pelas pessoas, a capacidade de
diálogo, a visão estratégica de desenvolvimento, isso é importante, e para nós
é um orgulho que tenhamos mais um Cidadão de Porto Alegre desta estatura. Nós
queremos que todos sejam cidadãos e cidadãs, mas têm alguns que se destacam e
vão servir de exemplo. Esta era a homenagem da Câmara. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra e fala em nome de sua Bancada, o
PSDB.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO:
(Cumprimenta os componentes da Mesa.) Guilherme e Inês. Da autoria de Osvaldo
Montenegro: "Eu amava como amava o pescador, que se encanta mais com a
rede do que com o mar." Que estranhos desígnios fazem com que o caminho dos homens se cruzem à presidência
deste vago, profundo, e certeiro acaso,
pois muitas vezes nossos caminhos se cruzaram com pessoas que aqui estão, e,
entre eles, este arrivista nesta senda que é um imenso aprendizado, a política,
tão sedutora como essa rede do pescador.
Como político fizeste a
primeira aparição pública
proveniente de um famoso grupo de economistas do Banco Regional de
Desenvolvimento Econômico em que pontificavam nomes, os mais proeminentes na especialidade, Dr.
Knijinik, Dr. Hipólito, Dr. Pratini, recém chegado de uma formação no exterior.
Muito jovem foste escolhido para comandar a cidade que havias adotado por ser
pólo, mas também por afeto, e a forma como foste ungido certamente, hoje,
poucos concordariam, mas a escolha tinha uma precisão científica.
Não vou me reportar a tua obra, pois ela está aí, à mão, visível,
palpável, usufruível, concreta, sem muito concreto, mas gostaria de lembrar
muito de nossos encontros, de dois irmãos meus, o Luiz Inácio e o Roberto
Eduardo Xavier que trabalhavam contigo e sempre se referiam ao teu saber, a tua
liderança feita de paciência, de muito talento e uma capacidade de produzir,
noite e dia, fora do comum. Tenho certeza de que quase todos os teus amigos
falam e vão falar sempre dessas facetas pessoais, invulgares e sedutoras. Mas,
lembro, perfeitamente, do teu café da manhã que era, em geral, nas vilas de
Porto Alegre, nas casas mais humildes.
A crítica era muito forte,
pois as obras vinham com um caráter periférico e social, sem megalomanias, sem
faraonismo. se a crise do petróleo não permitia asfalto, se fazia com cimento
mesmo. Ouvíamos, nós, porto-alegrenses, pela primeira vez, falar de radiais,
perimetrais, pontos cardeais interligados, cidade integrada, descentralização.
Mas, especialmente, se falou em ecologia, esta nova busca de pacificação entre
homem e natureza, da tão atual falência nos paradigmas racionais. Havias
inventado uma Secretaria do Meio Ambiente, e o Xavier foi teu primeiro
Secretário. Marcante foi a inauguração da mais importante obra pública feita
nas últimas administrações da nossa urbe, foi o Parque Marinha do Brasil, hoje,
graciosa e vital realidade. Lembro que um repórter perguntava quanto havia sido
investido pela Prefeitura Municipal nessa obra - eu sabia que tu vibravas com o
artesanal, com a âncora e a canhoneira que arranjaram para decorar aquele
emblema marinho, com o viveiro do Parque Saint Hilaire - e a resposta veio
seca: “Esta obra não pode ser traduzida apenas monetariamente, contabilmente.
Só o tempo falará de sua importância”. E o sudoeste minuano de nossas emoções
que sopra mais para o fim do inverno, tem varrido aquele Parque de suas
ambições estéticas, em direção a um processo vital, pulmonar, respiratório da
nossa Cidade. E o tempo tem falado com a população de Porto Alegre, tendo o seu
Parque como interlocutor. E, como homem público conseguias conciliar o racional
com o emocional, o intelectual com o popular, sem permitir o abastardamento
populista, a periferia com o centro, o rural com o urbano como catalisador
natural dos antagônicos. E quando o
café esfriava, a gaveta se esvaziavam e as despedidas começavam, veio
surpreendentemente a segunda nomeação. E a maior intensidade do teu estilo
sempre chamando a atenção pelo discreto, pelo afeto a uma cidade que o acolheu.
E ao transformá-la deixava marcos de
tua personalidade, mas uma muito especial: o de sua humanização. Porto Alegre
passou urbanamente humana, ou humanamente urbana, desde então, este é,
indiscutivelmente, o teu logotipo
natural.
O tempo foi passando e em muitos encontros pessoais, a tertúlia
administrativa jogada fora e a comparação com as administrações subseqüentes
nos mostravam como ventania das exceções, na desorganização de seu imediatismo
indispensável, poderiam acertar, por acaso, por linhas tortas, na unção de um
prefeito talhado, sob medida, para as necessidades de uma Cidade tão bonita,
tão cheia de colinas onduladas e de um rio gracioso a lavar a alma e a nossa
história com a maior e mais saudável associação. a Cidade, seu rio e o seu
Prefeito.
Pois um dia, a unção se deu
pelas urnas, atestado com fé pública do homem positivamente austero, do
político de visão, do homem público exemplar, e outros desafios naturalmente se
sucederam e se sucederão. E todos nós, seus munícipes, acompanhando
esta trajetória vitoriosa, eficiente, sem alardes.
E se a senda pública se faz
com um espinho a cada passo e uma rosa a cada légua, a cada passo sempre
correspondeu, não uma parada, mas o ponto de equilíbrio para um novo e mais
audaz.
Gostaria de continuar a
falar do que há de melhor, dos nossos reencontros, às vezes, no Conselho do
Inter, onde os momentos mais difíceis foram bem mais numerosos que os de
felicidade. Um dia destes, sempre atencioso em telefonemas do exterior,
acompanhando o tratamento médico de seu falecido irmão Carlos, e experimentando
as agruras existenciais da perda. Como na política, onde muitos estão
preparados para as derrotas e muito poucos para o sucesso, conseguiste,
Guilherme, o privilégio de manter a mesma dimensão perante estas duas e
essencialmente diversas situações. É mais um exemplo da tua grandeza.
Com esta forma de ser, de
estar, de ver o mundo, te asseguro que deixas em cada um de nós muitos
sentimentos de gratidão, de admiração, de idealização, como homem público, como
indivíduo. Há muitos anos, como indivíduo, já és Cidadão de Porto Alegre. Esta
cerimônia só materializa a abstração de nossos sentimentos. Mas te confesso
minha inconfessável inveja: como um velho indígena, tu ficaste, indelevelmente,
definitivamente no coração da Cidade que te adotou, por tua escolha, pelo homo sapiens que mora em ti, por teus
amores, “mais com a rede do que com o mar“. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Vice-Prefeito, Sr. José Fortunati, representando o Prefeito Municipal, está com
a palavra.
O SR. JOSÉ
FORTUNATI: (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero aqui, em nome do Prefeito
Municipal de Porto Alegre, Raul Pont, e em nome dos porto-alegrenses, trazer um
afetuoso abraço a este grande homem público, que orgulha a história de Porto
Alegre.
Nós, que estamos administrando a capital dos gaúchos nos últimos
nove anos, lembramos com muito carinho de todos os governantes que passaram por
esta cidade e que tanto fizeram, tanto trabalharam para que ela se tornasse uma
referência, não apenas no nosso País mas em toda a América Latina. No final do
ano que passou, a revista Exame, uma revista de circulação nacional, publicou uma
pesquisa feita pela Consultoria Trevisan. Nessa pesquisa, que procurou levantar
dados entre as 1.500 principais cidades
de todo País, ficou constatado de que Porto Alegre havia sido designada como a
cidade com a melhor qualidade de vida de todo o País.
Passamos, a partir daí, a
sermos reconhecidos, enquanto a capital da qualidade de vida deste nosso imenso Brasil.
Esse título não se constrói
de uma hora para outra, porque esse título, na verdade, é originário de todo um
trabalho feito, ao longo do tempo, por boas administrações em nossa Cidade.
Exatamente ao lembrar esse
título que nos foi concedido por esta revista nacional, quero lembrar, aqui, de
duas boas administrações que a nossa Cidade tem muito orgulho em lembrar. Uma
delas, a do nosso Ver. João Antônio Dib que, não por acaso, é o proponente
desta Sessão. A segunda delas, a do
nosso querido e não menos amigo Guilherme Socias Villela. Duas
administrações que, sem dúvida nenhuma, nos orgulham, nós, que viemos do
interior e fomos adotados por esta bela cidade. Com toda certeza, o tempo
passa, os homens e mulheres também passam, mas o seu trabalho e suas obras
permanecem.
Eu tenho a certeza absoluta,
e falo em nome do Poder Público Municipal, de que, no caso desses dois grandes
homens públicos, o seu trabalho, as
suas obras e as suas realizações vão ficar.
Quero dizer que esse título
que está sendo concedido pela Câmara Municipal de Porto Alegre e pelo Poder
Público Municipal, na verdade não honra o cidadão Guilherme Socias Villela, mas
esse título honra a capital de todos os gaúchos, que tem, nesta grande figura,
na figura de Guilherme Socias Villela, um colaborador emérito, um filho que
adotou esta terra para torná-la feliz e alegre. Parabéns, meu caro Villela, e
que teu exemplo continue seguindo e iluminando nossos caminhos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
É chegado o momento de convidarmos o Ver. João Antônio Dib para acompanhar o
Prefeito Municipal em exercício, o Vice-Prefeito José Fortunati, para que faça
a entrega do diploma e da medalha de Cidadão de Porto Alegre a Guilherme Socias
Villela.
(É feita a entrega do
diploma e da medalha). (Palmas.)
E para satisfazer mais ainda
o Ver. João Dib, estamos oferecendo, com muita honra, a palavra ao mais jovem
Cidadão de Porto Alegre.
O Sr. Guilherme Sociais Villela está com a palavra.
O SR.
GUILHERME SOCIAS VILLELA: (Saúda os componentes da
Mesa.) Saúdo as demais autoridades presentes: Deputado Wilson Covatti, meu
Líder; demais membros do Parlamento; convidados, Senhores e Senhoras.
Estou tendo a oportunidade
de regressar a esta Casa, onde muitas vezes estive ao longo de 8 anos, e o faço
para receber o título honorífico que me foi conferido, agora, por iniciativa do
meu prezado irmão, João Antônio Dib e com os referendos do Parlamento e do
Executivo Municipal, motivo pelo qual
manifesto meu sincero agradecimento, em meu nome e de meus familiares.
A homenagem que recebo enseja algumas lembranças. A primeira vem
de um passado um pouco mais remoto, quando, ainda menino, conheci a Cidade de
Porto Alegre. E as imagens daquele tempo ainda hoje revelam uma Cidade
acanhada, com pouca movimentação urbana, que terminava perto do Colégio IPA. E
a outra lembrança é mais recente refere-se a acontecimentos ocorridos às vésperas
de tomar posse como Prefeito da Cidade de Porto Alegre, foi quando da janela de
um avião, num jato que procurava alinhamento junto à cabeceira da pista do
Aeroporto Salgado Filho, tive uma ampla visão de uma Cidade distinta da
primeira. E observei uma metrópole com grande movimentação urbana.
São duas lembranças de
mundos diferentes, mas que dizem respeito a mesma Cidade de Porto Alegre.
Como Prefeito Municipal
segui escolas de Administração de Loureiro da Silva e Telmo Thompson Flores.
Por isso até hoje não é fácil, para mim, traçar uma linha de separação entre as
obras e realizações deste último, Telmo Thompson Flores, e de meu Governo, tal
a continuidade administrativa que houve assim como hoje se torna difícil
estabelecer uma fronteira com as obras e realizações do meu sucessor, o ilustre
Prefeito João Dib. Em minha
Administração, desde o início foi estabelecida uma estratégia definida:
primeiro, dar continuidade a obras iniciadas na Administração anterior, e o exemplo
são as avenidas perimetrais, que tinham que ter continuidade, e as tiveram;
segundo, investir recursos na construção de casas para a população mais humilde
- e a Restinga passou a ser o maior
conjunto populacional habitacional do Rio Grande do Sul - e também na regularização das vilas populares,
especialmente da Zona Norte da Cidade; terceiro, proteger o histórico da
arquitetura urbana, o que se tornou realidade, e, como exemplo, cito a
preservação legal do Mercado Público e da Usina do Gasômetro, ambos até então
condenados à demolição, além de dezenas de prédios de grande valor cultural,
que foram preservados desde aquela época por dispositivos legais; quarto, dar
início às medidas, visando à preservação do meio ambiente, o que se
materializou, através da criação da Reserva Biológica do Lami, da primeira
Secretaria Municipal do Meio Ambiente do País, da Lei do Impacto Ambiental, e
da construção dos grandes parques da Cidade; quinto, elaborar um novo Plano
Diretor para o Desenvolvimento Urbano; sexto, reformar e inovar a estrutura
pública tradicional do Município, modificando ou criando instrumentos
administrativos novos, o que resultou em entidades tais como a Secretaria do
Planejamento Municipal, cujo primeiro titular está presente, Prof. Veríssimo do
Amaral; o Departamento Municipal de Limpeza Urbana, cujo titular também está
presente, Oscar Trindade; a Procuradoria Geral do Município, que teve o Dr. Mauro Cunha como titular, e que também
está aqui, presente; o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Artístico e
Cultural, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente - aqui já referida - e a
Companhia de Processamento de Dados de Porto Alegre, além da Fundação de
Educação Social e Comunitária.
Não é minha intenção fazer
um rol de obras que aí estão, mas farei apenas uma leve referência à abertura e
pavimentação, ou repavimentação de avenidas, ruas, como a Augusto de Carvalho,
a Aureliano de Figueiredo Pinto, Érico Veríssimo, João Goulart, Nilo Peçanha, pelo menos em parte. A construção
do Viaduto Ildo Meneghetti, a ampliação das hidráulicas de Belém Novo, Moinhos
de Vento, São João. A reconstrução da Hidráulica do Menino Deus e da própria Hidráulica da Ilha da Pintada, que
nessa época não tinha água encanada. O início do projeto Rio Guaíba que agora teve
seqüência com o Pró-Guaíba. E o início, o início é incrível, do recolhimento de
lixo nas vilas populares. A infra-estrutura, a aquisição da área e a
implantação da infra-estrutura do Porto Seco. A aquisição e as primeiras obras
do Distrito Industrial da Restinga, que hoje está se tornando uma realidade. A
construção e a implementação dos corredores de ônibus, que deu oportunidade,
através de uma doação do Banco Mundial
de cerca de 32 milhões de dólares a fundo perdido, sem deixar dívidas para a
Prefeitura, que permitiu a reconstrução total de Avenidas, como a Farrapos, que
construída em 1938 por Loureiro da Silva, até então estavam intocadas. Além da
criação das linhas transversais, as chamadas linhas Ts, e a construção dos
Parques Marinha do Brasil e o Parque da Harmonia. A urbanização do Parcão; 35
novas praças, a construção de 194 prédios escolares. E ainda a construção , e
aqui chamo a atenção para dois diretores do DEMHAB: Dr. Artur Zanella e Reginaldo Pujol, que construíram e
entregaram 15.770 casas, apartamentos e lotes urbanizados, na Vila Restinga e
em vilas da Zona Norte, em 8 anos. Além disso, o Centro Municipal de Cultura, o
Brique da Redenção, o Museu da cidade de Porto Alegre, com a reforma do Solar
Lopo Gonçalves e, por sinal, Dr. Mauro
Knijnik, a primeira Sede da Associação Comercial de Porto Alegre, que foi
restaurada; o início da construção deste prédio, o hoje Palácio Aloísio Filho.
Além de projetos especiais,
tipo o Renascença que permitiu a urbanização da antiga Ilhota, que hoje já não
existe mais, era uma área totalmente alagadiça, quase na área central da
cidade, e os Projetos Padroeira do 4º Distrito, além da criação das Secretarias
a que me referi; do Departamento Municipal de Limpeza Urbana; a
Procuradoria, e assim por diante. Eu
não vou fazer uma enumeração maior de obras realizadas, e eu pretendo hoje,
quase para finalizar este agradecimento, trazer uma reflexão que, de alguma
forma, me torna inquieto em relação aos problemas relacionados com a nossa
capital e à Região Metropolitana. É que naquela época, já passados 14 anos,
começava a aparecer um problema que despontava naquela época e que hoje se
observa com intensidade, que é o desaparecimento das fronteiras entre os
municípios da Região Metropolitana. O que significa que hoje não tem quase
sentido nenhum atravessar de um município para o outro, quase não se sente, não
se observa nenhum tipo de fronteira, é tudo uma coisa só.
Todavia, os problemas de
saneamento básico, de saúde, de educação, de segurança, de parcelamento do
solo, de controle ambiental, continuam sendo prestados de forma tradicional, ou
seja, isolados por Prefeituras que integram a Região Metropolitana. Na minha
visão, portanto, eu observo que os problemas metropolitanos comuns, ainda estão
em fase de planejamento. Por isso mesmo eu deixo uma mensagem aos Senhores que dirigem a Cidade e, também,
aos Srs. Vereadores e eu faria, nesse caso,
a minha mensagem, o meu apelo, é uma profunda reflexão em torno deste surpreendente problema da Região
Metropolitana e de seus problemas comuns.
No final, meus Senhores e
minhas Senhoras, sublinhe-se que estas realizações, de uma administração
pública ou privada, qualquer realizações, constituem-se numa infindável soma de
êxitos e reveses e que as realizações, como nas guerras, não devem ser
atribuídas apenas a um comandante, mas também, aos seus colaboradores, aos
servidores públicos, ao apoio do Parlamento, da sociedade, algo que, sem
dúvida, nunca me faltou.
Manifesto, também, os meus agradecimentos e o apoio que recebi de minha esposa Maria
Inês, dos meus filhos e da minha equipe, a equipe que compôs o meu Governo.
Costumo sempre dizer que àquela equipe nunca faltou determinação. Tanto assim
que, na época, e vale eu ler e anotei para não esquecer, que, na nossa época,
com a nossa equipe e em nossa simplicidade, talvez até ingenuidade, nós
parafraseávamos Murilo Mendes, dizendo
que: “ para Porto Alegre, só não existia o que não podia ser imaginado.”
Éramos, então, todos sonhadores e ainda o somos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Além
de ganharmos um novo cidadão e nos sentirmos honrados com isso, nós estamos
comunicando ao Conselho dos Cidadãos Honorários de Porto Alegre, que este Conselho está
sendo enriquecido, hoje, com um grande colaborador As reuniões serão
comunicadas e vamos cobrar a sua presença. Vejo daqui um dos mais jovens
conselheiros e que era da sua equipe, o arquiteto Moacir Moojen Marques, a quem
tive a honra de conceder esse título e
também está sendo cogitado para participar dessas reuniões. Temos tido uma colaboração
excelente. Acho que é o único lugar no Brasil onde o Cidadão Honorário
participa de um Conselho.
Para a sua tranqüilidade
digo que as questões da região metropolitana estão começando a ser tratadas com
bastante efetividade, tanto pelos Executivos quanto pelos Legislativos.
Inclusive nesta semana fizemos uma
reunião das vinte e duas cidades da
região metropolitana. Agradecemos o auxílio, com a visão de quem é cidadão
honorário e que tem a sabedoria de nos dar esses conselhos.
Convidamos a todos os
presente para assistirem, em pé, a execução do Hino Rio-Grandense.
(Executa-se o Hino
Rio-Grandense.)
Obrigado a todos os
presentes e mais um abraço afetuoso no nosso homenageado, à sua esposa e
familiares.
Estão encerrados os
trabalhos da presente Sessão Solene.
(Encerra-se a Sessão às
20h47min.)
* * * * *