ATA DA TRIGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO SOLENE DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 18.11.1997.

 


Aos dezoito dias do mês de novembro do ano de mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezenove horas e trinta e cinco minutos, constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Guilherme Socias Villela, nos termos do Projeto de Lei do Legislativo nº 72/97 (Processo nº 1302/97), de autoria do Vereador João Dib. Compuseram a Mesa: os Vereadores Clovis Ilgenfritz e Isaac Ainhorn, respectivamente, Presidente e 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor José Fortunati, Vice-Prefeito Municipal de Porto Alegre, representando o Senhor Prefeito Raul Pont; o Senhor Gilberto Mussi, Secretário Adjunto da Casa Civil, representando o Senhor Governador do Estado do Rio Grande do Sul; o Coronel Irani Siqueira, representante do Comando Militar do Sul; o Senhor Dagoberto de Lima Godoy, Presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul - FIERGS; o Senhor Celso Bernardi, Presidente Regional do PPB; o Senhor Mauro Knijnik, Presidente da Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Sul - FEDERASUL; o Senhor Guilherme Socias Villela, Homenageado; a Senhora Maria Inês Pilla Villela, esposa do Homenageado; o Vereador João Dib, na ocasião, Secretário "ad hoc". Em prosseguimento, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, assistirem à execução do Hino Nacional. Após, registrou o recebimento de correspondência alusiva à presente solenidade, de autoria do Deputado Iradir Petroski, Secretário do Trabalho, Cidadania e Ação Social; do Senhor Assis de Souza, Secretário de Energia, Minas e Comunicações; do Senhor Júlio Redecker; do Senador Espiridião Amin; dos Deputados Jair Soares e Paulo Vidal. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que se pronunciariam em nome da Casa. O Vereador João Dib, em nome das Bancadas do PPB, PSB e do PMDB, destacando a aprovação unânime pelos Senhores Vereadores da homenagem hoje realizada, discorreu sobre a convivência que sempre manteve com o Senhor Guilherme Socias Villela, relembrando, em especial, a atuação deste político à frente do Executivo Municipal de Porto Alegre. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome das Bancadas do PFL e do PPS teceu comentários acerca das atividades em prol da Cidade desenvolvidas pelo Homenageado, declarando ter sido ele responsável por toda uma transformação urbana que em muito beneficiou a população mais carente do Município. O Vereador Isaac Ainhorn, em nome da Bancada do PDT, afirmou representar o Título hoje entregue o reconhecimento de Porto Alegre ao trabalho  realizado  pelo Senhor  Guilherme Socias Villela, nominando obras de sua responsabilidade, em especial a viabilização do Parque Marinha do Brasil. O Vereador Clovis Ilgenfritz, em nome da Bancada do PT, congratulou-se com o Senhor Guilherme Socias Villela, declarando saudar a "figura humana, a forma de trabalhar, o respeito pelas pessoas, a capacidade de diálogo e a visão estratégica de desenvolvimento" características do Homenageado. O Vereador Cláudio Sebenelo, em nome da Bancada do PSDB, manifestando sua crença de que a presente solenidade "apenas formaliza uma situação já existente", discorreu sobre a trajetória política e profissional do Senhor Guilherme Socias Villela. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vice-Prefeito José Fortunati, que analisou a importância do Título de Cidadão de Porto Alegre, concedido àqueles que realizaram um trabalho positivo na busca do desenvolvimento da Cidade. A seguir, o Senhor Presidente convidou o Vereador João Dib e o Vice-Prefeito José Fortunati a procederem à entrega do Diploma e da Medalha referentes ao Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Guilherme Socias Villela, concedendo a palavra a Sua Senhoria, que agradeceu o Título recebido. Em continuidade, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, assistirem à execução do Hino Rio-Grandense e, às vinte horas e quarenta e sete minutos, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz e Reginaldo Pujol e secretariados pelo Vereador João Dib, na ocasião, Secretário "ad hoc". Do que eu, João Dib, Secretário "ad hoc", determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 

 


 O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Estão abertos os trabalhos da 32ª. Sessão Solene, destinada à entrega do título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Economista  Guilherme Socias Villela, a requerimento do Ver. João Antônio Dib, proponente da Sessão.

 Queremos convidar para participar da Mesa o representante do Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre Sr. José Fortunati,  Vice-Prefeito; o representante do Senhor Governador do Estado do Rio Grande do Sul,  Sr. Gilberto Mussi - Secretário Adjunto da Casa Civil; o nosso homenageado, Economista Guilherme Socias Villela (Palmas.); o Cel. Irani Siqueira, representante do Comando Militar do Sul; a Sra. Maria Inês Pilla Villela, esposa do homenageado; o Presidente da FIERGS, Dr. Dagoberto de Lima Godoy; o Presidente Regional do PPB, Sr. Celso Bernardi; o Presidente da FEDERASUL, Dr. Mauro Knijnik.

Convidamos a todos para , em pé, assistirmos à execução do Hino Nacional.

 

(Executa-se o Hino Nacional.)

 

Registramos as seguintes correspondências recebidas: Deputado Iradir  Petroski; Secretário do Trabalho, Cidadania e  Ação  Social; do Sr. Assis de Souza; Secretário de Energia  Minas e  Comunicações; do Sr. Júlio Redecker; do Senador  Espiridião Amin; do  Deputado Federal, Sr. Jair Soares e do Deputado Paulo Vidal, Líder do  PSDB.

 

O Ver. João Dib está com a palavra e  fala  como proponente em nome de sua Bancada, o PPB, e  pelas Bancadas do PSB  e PMDB. 

 

O SR. JOÃO DIB: (Cumprimenta os componentes da Mesa.) Há vinte e sete anos que ocupo esta tribuna e somente quatro vezes eu vim até ela para homenagear alguém com o título de Cidadão de Porto Alegre e esta iniciativa  teve o apoio unânime da Câmara Municipal. Acho que esta homenagem que hoje se presta a Guilherme Socias Villela é, sem dúvida alguma, uma das mais merecidas que já prestei e que esta Casa  também o faz.

Eu sempre digo que é preciso conviver para compreender, e é preciso compreender para conhecer, e conhecer para aprender, respeitar e gostar. Eu passei por todas essas fases ao lado do nosso homenageado de hoje e aprendi a respeitá-lo profundamente, aprendi a gostar muito dele pela sua competência, pela sua seriedade, pela sua responsabilidade, pela sua dignidade. É um homem que sabe ser amigo dos seus amigos,  que sabe ser útil e sabe servir a toda a sua comunidade. Convivendo com ele, aprendi uma pequena história, que já contei aqui, mas hoje vou contá-la novamente, quando o Prefeito Villela homenageava uma figura importante desta Cidade, o Padre Roberto Roncato. O Prefeito Villela contava sobre duas pessoas trabalhavam, aparentemente fazendo a mesma coisa. Um cantava e o outro praguejava, mas faziam o seu trabalho. Uma terceira pessoa chegou e perguntou o que fazia aquele que praguejava. E ele respondeu: "O senhor não vê que estou construindo uma parede". Ele passou para o outro que cantava e o outro respondeu: "Meu amigo, o senhor não vê que estou construindo uma catedral"? Isto foi o que Villela fez, ele construiu muitas catedrais na Porto Alegre, que todos nós amamos, e que hoje lhe presta uma grande homenagem.

Eu não vou falar muito tempo porque é mais importante para todos nós ouvir o Guilherme Socias Villela, o nosso homenageado de hoje, mas apenas vou dizer uma coisa: Villela foi Prefeito de Porto Alegre por 2922 dias. Eu tenho absoluta convicção de que ele não contou os dias, mas trabalhou todos esses dias tentando edificar uma Porto Alegre melhor, e ele conseguiu. Isto é extremamente importante. O que eu quero é que ele continue construindo catedrais onde ele se encontrar, no tempo em que se encontrar, e isso também vai acontecer, porque sei da sua pertinácia, da sua decisão de acertar e do seu desejo de servir. Portanto, cumprimento o mais novo Cidadão de Porto Alegre e, a todos, desejo, saúde e paz. Muito obrigado.

 

 

(Não revisto pelo orador.)

             

O SR. PRESIDENTE: Nós vamos considerar todos os presentes como extensão da Mesa, porque, dificilmente, poderíamos fazer uma listagem sem que pudesse acontecer algum deslize de nossa parte. Então, os senhores, senhoras, professores, funcionários, servidores públicos que trabalharam com o Ex-Prefeito Villela e Ex-Prefeito João Dib, Deputados Estaduais e Federais, amigos, todos, considerem-se como extensão da Mesa.

Nós queremos dizer que desde ontem estamos estreando o canal 16 da TV, na NET, onde a Câmara vai passar, do dia 23 em diante, todas as sessões da Casa. Esta Sessão Solene está sendo filmada para ser notícia em nosso canal, que é inédito aqui no Sul.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra pelo seu Partido o PFL e pelo PPS.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Meu irmão Guilherme Socias Villela e Maria Inês Pilla Villela, esta concorrida tarde, na Câmara Municipal, que reúne tão seletas figuras da sociedade porto-alegrense, é o mínimo que poderia acontecer na Casa do Povo de Porto Alegre quando esta, na sua soberania e por unanimidade, resolve, com toda a justiça, conceder a cidadania porto-alegrense ao Economista Guilherme Socias Villela. Devo confessar que me sinto emocionado, eis que este ato propicia que se reúnam, nesta Casa, homens e mulheres com os quais trabalhei, sob o comando do nosso homenageado. Certamente que o proponente desta homenagem, o destacado Ver. João Dib, com a sua objetividade de Engenheiro, já deu os parâmetros que, naturalmente, deverão ser seguidos por todos que o sucederem na tribuna.

Cabe-me falar em nome dos que não vieram. Lembro-me, Villela, da inauguração da segunda unidade da Vila Restinga, quando, parafraseando Ildo Meneghetti, tu lembraste o que os humildes não esquecem jamais.

Eu penso, que falando nesses humildes, especialmente que por força maior aqui não estão, como a Zica, a Maria Aparecida, o Apolônio, o Tio Joãozinho, o Sr. Ely, o Sidney, àqueles nossos companheiros de jornada,  é que ouso vir à Tribuna nessa hora dizer que todos nós que aprendemos a te amar, a  querer bem a ti, a Maria  Inês, aos teus filhos André e Débora. Sentimo-nos, nessa hora, envaidecidos. Nós sabemos, os humildes, aqueles que aprenderam a te querer bem  que somos um pouco da tua obra. A tua grandiosa obra na cidade de Porto Alegre, onde  plantaste parques, abriste avenidas, construíste centros de cultura e tantas outras obras que teimam em apagar aquelas pequeninas outras obras, que para nós os humildes, foram as grandes obras que tu realizaste. Em nome desses e daqueles. que,  pela ação positiva da tua administração, viram, pela primeira vez, a rede de esgoto, tiveram contato com a rede de água, viram a sua casa ser erguida, as praças serem urbanizadas, as escolas serem estabelecidas, quero te saudar dizendo o que Porto Alegre já sabia, que a Câmara de Vereadores não poderia deixar de ter a sensibilidade de consagrar, na Lei, aquilo que os porto-alegrenses já haviam deliberado anteriormente. Tu és um cidadão de Porto Alegre. Tu és um cidadão dessa cidade, porque viestes da tua Uruguaiana, com ela conviveste, com ela colaboraste e nela produziste uma metamorfose urbana, que nós todos que participamos da tua equipe, com grande orgulho acentuamos. 

Por isso, nesse dia,  que com todos teus amigos, ou pelo menos parte dos teus amigos, já que esta Casa não teria condições de receber todos aqueles que reconhecem a excelência do teu trabalho, que teus amigos vêm aqui te homenagear e convalidar o gesto desse  Legislativo, que aprovou unanimemente a  proposição do Ver. João Dib, não me cabe dizer outra coisa senão repetir a ti mesmo: os humildes não esquecem jamais.  Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra, pela Bancada do PDT.

 

O SR. ISAAC AINHORN: (Saúda os componentes da Mesa.) Prezado homenageado, meu caro economista Guilherme Socias Villela, bem como sua esposa, a Sra. Maria Inês Pilla Villela.

 Eu, nesta oportunidade, fiz questão de me pronunciar, prometo seguir a mesma linha do autor da iniciativa. Dr. Mauro Knijnik, na medida em que, parafraseando o célebre filósofo espanhol Ortega Y Gasset, que dizia que a clareza era a cortesia do filósofo, eu digo que a brevidade é a cortesia do político. Dentro dessa linha, eu insisti em falar no nome do meu Partido, porque é o reconhecimento não só daquelas Bancadas que passaram por aqui, de pessoas que tiveram e têm grande proximidade no trabalho, na Administração desta Cidade junto com o nosso homenageado, o Eng. João Antônio Dib e o Advogado Reginaldo Pujol.

 E neste momento fala um homem público, que representa um Partido que historicamente se encontra em  uma vertente distinta no pensamento político, mas faço questão de fazer uso da tribuna da Casa para, em primeiro lugar, expressar a satisfação por homenagearmos, o hoje,  Cidadão de Porto Alegre: Guilherme Socias Villela. Como bem formulado pelo Ver. Reginaldo Pujol, ele já tinha conquistado o título, de fato, bastava reconhecê-lo e dar a configuração legal, jurídica, através da iniciativa do proponente, Ver. João Dib, da aprovação unânime da Casa e da sanção pelo Prefeito Municipal; e isso foi feito. E hoje, nesta Casa, é o momento solene de outorga dessa honraria, de reconhecimento.

 E falava do reconhecimento ao homem público, na sua trajetória, daquilo que ele já fez dentro do seu currículo, e fez por merecer a condição,  que lhe é outorgada  a de Cidadão de Porto Alegre.

 E a partir do momento da decisão unânime da Casa, uma Casa plural, com pensamento de todas as vertentes, Vereadores de outras correntes políticas fazem o reconhecimento da história do jovem Dr. Villela,  uma história de vida pública, reconhecida por toda a Cidade.

 E aqui falo, também, da trajetória de grandes prefeitos que Porto Alegre já teve, dessa galeria em que ele acha-se inserido, dessas grandes figuras como Otávio Rocha, Loureiro da Silva, Leonel Brizola, Thompson Flores e depois Guilherme Villela, que deram um desenho extremamente importante à vida da Cidade. E digo que se não tivessem sido forjadas e formuladas as obras daquele período, não se conseguiria andar em Porto Alegre. Por isso o nosso reconhecimento e o nosso respeito a esse homem que deixou uma trajetória fulgurante na Cidade de Porto Alegre.

Villela  foi fundador, criador e pioneiro no Brasil - e é importante que se diga isso, pois é um dado que é marco dentro da história brasileira, das administrações públicas municipais - da primeira Secretaria Municipal do Meio Ambiente, cujo Secretário foi o saudoso Roberto Eduardo Xavier. Aí estão o Parque Marinha do Brasil, dentro da continuidade do Parcão, o Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, e a Cidade, Prefeito Villela, lhe deve muito,  tem o reconhecimento e lhe presta hoje, através de sua representação política, a expressão de todas as correntes políticas. Tudo isso já bastaria para a outorga deste título, mas vou falar, também, da sua brilhante trajetória como parlamentar, como Deputado Estadual e, mais recentemente, uma obra da mais alta expressão, na Secretaria Estadual de Transportes. Sobretudo a partir do momento em que conseguiu realizar - e é obra sua, é mérito seu - o importante momento da privatização do Porto de Rio Grande, que é inquestionável e que deve ser referido. O senhor também pensou em Porto Alegre, e é um reconhecimento e um mérito extremamente importante que se faz aqui, pois deixou as bases de um projeto que está aí, que foi apresentado a esta Casa pelo senhor, quando fez a apresentação do Projeto Porto dos Casais para o Cais  do Porto.

Por isso eu não poderia deixar de estar presente, e teria outras razões de sobra, pela sua vinculação com a comunidade de que sou oriundo, teria outras razões para lhe dizer da minha satisfação, neste momento, de estar aqui, prestando-lhe esta homenagem. Eu poderia até continuar falando, mas em respeito à continuidade daquilo que prometi cumprir, encerro aqui, saudando-o e dando um forte e caloroso abraço nesse novo cidadão de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): O Ver. Clovis Ilgenfritz está com a palavra, pela Bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ : (Saúda os componentes da Mesa.) Quero dizer ao nosso homenageado e ao Ver. João Dib, que, por eu estar presidindo os trabalhos, já era a presença da nossa bancada que estava se manifestando. Mas eu fiz questão de usar a tribuna, porque temos muitas razões para isso. Quando eu era dirigente do CREA, do Sindicato dos Arquitetos, do IAB, muitas demandas acabavam nas mãos do Prefeito; com o Prefeito Thompson Flores, Prefeito Socias Villela, Prefeito João Dib. E nós convivemos  nessa época com esses tipos de encontros.

Eu não esqueço o dia em que fui  à Prefeitura, tive uma audiência com o Prefeito, aquilo foi uma coisa importante, eu estava em estado de expectativa. Eu nunca  esqueço do jeito cordial, amigo, simples e como que facilitando o diálogo do Prefeito, esfregando as mãos e disse: " O que vocês querem, Ilgenfritz." Então, aquilo, me gravou profundamente, uma coisa mais humana do que profissional, do que autoridade, representante de uma entidade. Aí, conversamos, e o assunto foi levado adiante para solução futura.

Depois, por uma dessas razões, que só se explica mais tarde, eu acabei sendo Secretário de Planejamento no Governo Olívio Dutra. E, ali, fui desafiado já no primeiro para o segundo mês, de fazer um trabalho que teria que ficar pronto em poucos dias, para ir a 8 países da Europa, Estados Unidos, Canadá,  fazer contatos para recursos para a Prefeitura. Eu fui junto com o Vice-Prefeito de São Paulo, e foi uma missão muito interessante e que surte efeito até hoje, embora, na época, o Prefeito Olívio Dutra tenha dito na minha volta: "onde é que está, onde é que está o dinheiro. Tu foste lá, ficou 29 dias viajando." Eu disse: "Olha, dinheiro eu não trouxe, mas eu deixei uma semente muito forte, em muitos lugares." Eu, agora, vou contar a historinha do documento que levei à  Europa para entregar às entidades. Nós fizemos um documento muito bom sobre o que nós queríamos e também mostrar o que é Porto Alegre, que é  “capital de que, onde é que fica", aquela história que nos magoa, mas que é uma realidade brasileira em muitos aspectos. É Rio, São Paulo, Brasília, Buenos Aires e deixar a semente em algum lugar. Nós não tínhamos como elaborar aquele documento em tão pouco tempo. E fomos rebuscar os arquivos da Secretaria, onde esteve o Renzo, o Ferraro, Oscar Pereira, o professor Veríssimo e tantos outros que produziram documentos e, quem sabe, muitos da época do Prefeito Villela, e um deles se sobressaiu. Nós precisávamos fazer a ilustração das nossas sugestões e mostrar coisas de Porto Alegre. Tinha um panfleto, um documento, que acho que ficou histórico, e nunca mais foi feito um tão bonito, tão bem-feito sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, e aqui que está a minha confissão pública e que eu tenho a honra de dizer. Nós recortamos inúmero pedacinhos de uma daquelas publicações para montar as ilustrações que nós queríamos. Assim como de outros que foram publicados, mas aquele foi fundamental e, até hoje, as pessoas dizem: se tu queres saber alguma coisa do primeiro PDDU, pega aquela publicação do Prefeito Villela. Esta é a identidade que nós temos . E, aí, a coincidência, hoje, aqui na Câmara, eu recebi do Prefeito Raul Pont o 2º. Plano  Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental e nós estávamos com muita dificuldade para fazer uma publicação para colocar alguma coisa do primeiro Plano e que tivesse a conotação que nós queríamos, os dados. Então, novamente fomos àquela publicação. De ontem para hoje, estavam procurando onde estava a publicação do Prefeito Villela.

 Então, a homenagem que eu posso fazer é dizer isso para este ilustre Cidadão, que nós, agora, estamos na iminência de discutir, de novo, o Plano Diretor. Mas, como já foi dito, ele foi um dos grandes alavancadores da transformação que nós sofremos na nossa Cidade e que, hoje, é motivo de orgulho para todos nós. Assim como outros Prefeitos, mas, agora, estamos homenageando o Villela, por iniciativa do seu Ex-Prefeito João Dib e de todos nós que assumimos juntos, os 33 Vereadores.

 Queria dizer que é uma honra, para mim, homenageá-lo e que, afora todos estes aspectos, do trabalho, de Prefeito, de Ex-Prefeito, Deputado, Secretário de Estado, Economista, o que nós temos para ressaltar, neste momento, é a figura humana de Villela. Se me permitem, este ainda é o principal predicado que eu considero numa hora de fazer uma saudação. A sua figura humana, a sua forma de trabalhar, o respeito pelas pessoas, a capacidade de diálogo, a visão estratégica de desenvolvimento, isso é importante, e para nós é um orgulho que tenhamos mais um Cidadão de Porto Alegre desta estatura. Nós queremos que todos sejam cidadãos e cidadãs, mas têm alguns que se destacam e vão servir de exemplo. Esta era a homenagem da Câmara. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra e fala em nome de sua Bancada, o PSDB.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: (Cumprimenta os componentes da Mesa.) Guilherme e Inês. Da autoria de Osvaldo Montenegro: "Eu amava como amava o pescador, que se encanta mais com a rede do que com o mar." Que estranhos desígnios fazem com que  o caminho dos homens se cruzem à presidência deste vago,  profundo, e certeiro acaso, pois muitas vezes nossos caminhos se cruzaram com pessoas que aqui estão, e, entre eles, este arrivista nesta senda que é um imenso aprendizado, a política, tão sedutora como essa rede do pescador.

 Como  político fizeste a primeira aparição  pública proveniente  de um famoso grupo de  economistas do Banco Regional de Desenvolvimento Econômico em que pontificavam nomes, os  mais proeminentes na especialidade, Dr. Knijinik, Dr. Hipólito, Dr. Pratini, recém chegado de uma formação no exterior. Muito jovem foste escolhido para comandar a cidade que havias adotado por ser pólo, mas também por afeto, e a forma como foste ungido certamente, hoje, poucos concordariam, mas a escolha tinha uma precisão científica.

 Não vou me reportar a tua obra, pois ela está aí, à mão, visível, palpável, usufruível, concreta, sem muito concreto, mas gostaria de lembrar muito de nossos encontros, de dois irmãos meus, o Luiz Inácio e o Roberto Eduardo Xavier que trabalhavam contigo e sempre se referiam ao teu saber, a tua liderança feita de paciência, de muito talento e uma capacidade de produzir, noite e dia, fora do comum. Tenho certeza de que quase todos os teus amigos falam e vão falar sempre dessas facetas pessoais, invulgares e sedutoras. Mas, lembro, perfeitamente, do teu café da manhã que era, em geral, nas vilas de Porto Alegre, nas casas mais humildes.

A crítica era muito forte, pois as obras vinham com um caráter periférico e social, sem megalomanias, sem faraonismo. se a crise do petróleo não permitia asfalto, se fazia com cimento mesmo. Ouvíamos, nós, porto-alegrenses, pela primeira vez, falar de radiais, perimetrais, pontos cardeais interligados, cidade integrada, descentralização. Mas, especialmente, se falou em ecologia, esta nova busca de pacificação entre homem e natureza, da tão atual falência nos paradigmas racionais. Havias inventado uma Secretaria do Meio Ambiente, e o Xavier foi teu primeiro Secretário. Marcante foi a inauguração da mais importante obra pública feita nas últimas administrações da nossa urbe, foi o Parque Marinha do Brasil, hoje, graciosa e vital realidade. Lembro que um repórter perguntava quanto havia sido investido pela Prefeitura Municipal nessa obra - eu sabia que tu vibravas com o artesanal, com a âncora e a canhoneira que arranjaram para decorar aquele emblema marinho, com o viveiro do Parque Saint Hilaire - e a resposta veio seca: “Esta obra não pode ser traduzida apenas monetariamente, contabilmente. Só o tempo falará de sua importância”. E o sudoeste minuano de nossas emoções que sopra mais para o fim do inverno, tem varrido aquele Parque de suas ambições estéticas, em direção a um processo vital, pulmonar, respiratório da nossa Cidade. E o tempo tem falado com a população de Porto Alegre, tendo o seu Parque como interlocutor. E, como homem público conseguias conciliar o racional com o emocional, o intelectual com o popular, sem permitir o abastardamento populista, a periferia com o centro, o rural com o urbano como catalisador natural  dos antagônicos. E quando o café esfriava, a gaveta se esvaziavam e as despedidas começavam, veio surpreendentemente a segunda nomeação. E a maior intensidade do teu estilo sempre chamando a atenção pelo discreto, pelo afeto a uma cidade que o acolheu. E ao  transformá-la deixava marcos de tua personalidade, mas uma muito especial: o de sua humanização. Porto Alegre passou urbanamente humana, ou humanamente urbana, desde então, este é, indiscutivelmente, o teu logotipo  natural.

 O tempo foi passando e em muitos encontros pessoais, a tertúlia administrativa jogada fora e a comparação com as administrações subseqüentes nos mostravam como ventania das exceções, na desorganização de seu imediatismo indispensável, poderiam acertar, por acaso, por linhas tortas, na unção de um prefeito talhado, sob medida, para as necessidades de uma Cidade tão bonita, tão cheia de colinas onduladas e de um rio gracioso a lavar a alma e a nossa história com a maior e mais saudável associação. a Cidade, seu rio e o seu Prefeito.

Pois um dia, a unção se deu pelas urnas, atestado com fé pública do homem positivamente austero, do político de visão, do homem público exemplar, e outros desafios naturalmente se sucederam  e se sucederão.  E todos nós, seus munícipes, acompanhando esta trajetória vitoriosa, eficiente, sem alardes.

E se a senda pública se faz com um espinho a cada passo e uma rosa a cada légua, a cada passo sempre correspondeu, não uma parada, mas o ponto de equilíbrio para um novo e mais audaz.

Gostaria de continuar a falar do que há de melhor, dos nossos reencontros, às vezes, no Conselho do Inter, onde os momentos mais difíceis foram bem mais numerosos que os de felicidade. Um dia destes, sempre atencioso em telefonemas do exterior, acompanhando o tratamento médico de seu falecido irmão Carlos, e experimentando as agruras existenciais da perda. Como na política, onde muitos estão preparados para as derrotas e muito poucos para o sucesso, conseguiste, Guilherme, o privilégio de manter a mesma dimensão perante estas duas e essencialmente diversas situações. É mais um exemplo da tua grandeza.

Com esta forma de ser, de estar, de ver o mundo, te asseguro que deixas em cada um de nós muitos sentimentos de gratidão, de admiração, de idealização, como homem público, como indivíduo. Há muitos anos, como indivíduo, já és Cidadão de Porto Alegre. Esta cerimônia só materializa a abstração de nossos sentimentos. Mas te confesso minha inconfessável inveja: como um velho indígena, tu ficaste, indelevelmente, definitivamente no coração da Cidade que te adotou, por tua escolha, pelo homo sapiens que mora em ti, por teus amores, “mais com a rede do que com o mar“. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Vice-Prefeito, Sr. José Fortunati, representando o Prefeito Municipal, está com a palavra.

 

O SR. JOSÉ FORTUNATI: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero aqui, em nome do Prefeito Municipal de Porto Alegre, Raul Pont, e em nome dos porto-alegrenses, trazer um afetuoso abraço a este grande homem público, que orgulha a história de Porto Alegre.

 Nós, que estamos administrando a capital dos gaúchos nos últimos nove anos, lembramos com muito carinho de todos os governantes que passaram por esta cidade e que tanto fizeram, tanto trabalharam para que ela se tornasse uma referência, não apenas no nosso País mas em toda a América Latina. No final do ano que passou, a revista Exame, uma revista de circulação nacional, publicou uma pesquisa feita pela Consultoria Trevisan. Nessa pesquisa, que procurou levantar dados entre as 1.500  principais cidades de todo País, ficou constatado de que Porto Alegre havia sido designada como a cidade com a melhor qualidade de vida de todo o  País.

Passamos, a partir daí, a sermos reconhecidos, enquanto a capital da qualidade  de vida deste nosso imenso Brasil.

Esse título não se constrói de uma hora para outra, porque esse título, na verdade, é originário de todo um trabalho feito, ao longo do tempo, por boas administrações em nossa Cidade.

Exatamente ao lembrar esse título que nos foi concedido por esta revista nacional, quero lembrar, aqui, de duas boas administrações que a nossa Cidade tem muito orgulho em lembrar. Uma delas, a do nosso Ver. João Antônio Dib que, não por acaso, é o proponente desta Sessão. A segunda delas, a do  nosso querido e não menos amigo Guilherme Socias Villela. Duas administrações que, sem dúvida nenhuma, nos orgulham, nós, que viemos do interior e fomos adotados por esta bela cidade. Com toda certeza, o tempo passa, os homens e mulheres também passam, mas o seu trabalho e suas obras permanecem.

Eu tenho a certeza absoluta, e falo em nome do Poder Público Municipal, de que, no caso desses dois grandes homens públicos, o seu  trabalho, as suas obras e as suas realizações vão ficar.

Quero dizer que esse título que está sendo concedido pela Câmara Municipal de Porto Alegre e pelo Poder Público Municipal, na verdade não honra o cidadão Guilherme Socias Villela, mas esse título honra a capital de todos os gaúchos, que tem, nesta grande figura, na figura de Guilherme Socias Villela, um colaborador emérito, um filho que adotou esta terra para torná-la feliz e alegre. Parabéns, meu caro Villela, e que teu exemplo continue seguindo e iluminando nossos caminhos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: É chegado o momento de convidarmos o Ver. João Antônio Dib para acompanhar o Prefeito Municipal em exercício, o Vice-Prefeito José Fortunati, para que faça a entrega do diploma e da medalha de Cidadão de Porto Alegre a Guilherme Socias Villela.

 

(É feita a entrega do diploma e da medalha).  (Palmas.)

 

E para satisfazer mais ainda o Ver. João Dib, estamos oferecendo, com muita honra, a palavra ao mais jovem Cidadão de Porto Alegre.

 O Sr. Guilherme Sociais Villela está com a palavra.

 

O SR. GUILHERME SOCIAS  VILLELA: (Saúda os componentes da Mesa.) Saúdo as demais autoridades presentes: Deputado Wilson Covatti, meu Líder; demais membros do Parlamento; convidados, Senhores e Senhoras.

Estou tendo a oportunidade de regressar a esta Casa, onde muitas vezes estive ao longo de 8 anos, e o faço para receber o título honorífico que me foi conferido, agora, por iniciativa do meu prezado irmão, João Antônio Dib e com os referendos do Parlamento e do Executivo Municipal, motivo pelo qual  manifesto meu sincero agradecimento, em meu nome e de meus familiares.

 A homenagem que recebo enseja algumas lembranças. A primeira vem de um passado um pouco mais remoto, quando, ainda menino, conheci a Cidade de Porto Alegre. E as imagens daquele tempo ainda hoje revelam uma Cidade acanhada, com pouca movimentação urbana, que terminava perto do Colégio IPA. E a outra lembrança é mais recente refere-se a acontecimentos ocorridos às vésperas de tomar posse como Prefeito da Cidade de Porto Alegre, foi quando da janela de um avião, num jato que procurava alinhamento junto à cabeceira da pista do Aeroporto Salgado Filho, tive uma ampla visão de uma Cidade distinta da primeira. E observei uma metrópole com grande movimentação urbana.

São duas lembranças de mundos diferentes, mas que dizem respeito a mesma Cidade de Porto Alegre.

Como Prefeito Municipal segui escolas de Administração de Loureiro da Silva e Telmo Thompson Flores. Por isso até hoje não é fácil, para mim, traçar uma linha de separação entre as obras e realizações deste último, Telmo Thompson Flores, e de meu Governo, tal a continuidade administrativa que houve assim como hoje se torna difícil estabelecer uma fronteira com as obras e realizações do meu sucessor, o ilustre Prefeito João Dib. Em  minha Administração, desde o início foi estabelecida uma estratégia definida: primeiro, dar continuidade a obras iniciadas na Administração anterior, e o exemplo são as avenidas perimetrais, que tinham que ter continuidade, e as tiveram; segundo, investir recursos na construção de casas para a população mais humilde -  e a Restinga passou a ser o maior conjunto populacional habitacional do Rio Grande do Sul -  e também na regularização das vilas populares, especialmente da Zona Norte da Cidade; terceiro, proteger o histórico da arquitetura urbana, o que se tornou realidade, e, como exemplo, cito a preservação legal do Mercado Público e da Usina do Gasômetro, ambos até então condenados à demolição, além de dezenas de prédios de grande valor cultural, que foram preservados desde aquela época por dispositivos legais; quarto, dar início às medidas, visando à preservação do meio ambiente, o que se materializou, através da criação da Reserva Biológica do Lami, da primeira Secretaria Municipal do Meio Ambiente do País, da Lei do Impacto Ambiental, e da construção dos grandes parques da Cidade; quinto, elaborar um novo Plano Diretor para o Desenvolvimento Urbano; sexto, reformar e inovar a estrutura pública tradicional do Município, modificando ou criando instrumentos administrativos novos, o que resultou em entidades tais como a Secretaria do Planejamento Municipal, cujo primeiro titular está presente, Prof. Veríssimo do Amaral; o Departamento Municipal de Limpeza Urbana, cujo titular também está presente, Oscar Trindade; a Procuradoria Geral do Município, que teve  o Dr. Mauro Cunha como titular, e que também está aqui, presente; o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente - aqui já referida - e a Companhia de Processamento de Dados de Porto Alegre, além da Fundação de Educação Social e Comunitária.

Não é minha intenção fazer um rol de obras que aí estão, mas farei apenas uma leve referência à abertura e pavimentação, ou repavimentação de avenidas, ruas, como a Augusto de Carvalho, a Aureliano de Figueiredo Pinto, Érico Veríssimo, João Goulart, Nilo  Peçanha, pelo menos em parte. A construção do Viaduto Ildo Meneghetti, a ampliação das hidráulicas de Belém Novo, Moinhos de Vento, São João. A reconstrução da Hidráulica  do Menino Deus e da própria Hidráulica da Ilha da Pintada, que nessa época não tinha água encanada. O início do projeto Rio Guaíba que agora teve seqüência com o Pró-Guaíba. E o início, o início é incrível, do recolhimento de lixo nas vilas populares. A infra-estrutura, a aquisição da área  e  a implantação da infra-estrutura do Porto Seco. A aquisição e as primeiras obras do Distrito Industrial da Restinga, que hoje está se tornando uma realidade. A construção e a implementação dos corredores de ônibus, que deu oportunidade, através de uma  doação do Banco Mundial de cerca de 32 milhões de dólares a fundo perdido, sem deixar dívidas para a Prefeitura, que permitiu a reconstrução total de Avenidas, como a Farrapos, que construída em 1938 por Loureiro da Silva, até então estavam intocadas. Além da criação das linhas transversais, as chamadas linhas Ts, e a construção dos Parques Marinha do Brasil e o Parque da Harmonia. A urbanização do Parcão; 35 novas praças, a construção de 194 prédios escolares. E ainda a construção , e aqui chamo a atenção para dois diretores do DEMHAB: Dr. Artur Zanella e  Reginaldo Pujol, que construíram e entregaram 15.770 casas, apartamentos e lotes urbanizados, na Vila Restinga e em vilas da Zona Norte, em 8 anos. Além disso, o Centro Municipal de Cultura, o Brique da Redenção, o Museu da cidade de Porto Alegre, com a reforma do Solar Lopo Gonçalves e, por sinal,  Dr. Mauro Knijnik, a primeira Sede da Associação Comercial de Porto Alegre, que foi restaurada; o início da construção deste prédio, o hoje Palácio Aloísio Filho.

Além de projetos especiais, tipo o Renascença que permitiu a urbanização da antiga Ilhota, que hoje já não existe mais, era uma área totalmente alagadiça, quase na área central da cidade, e os Projetos Padroeira do 4º Distrito, além da criação das Secretarias a que me referi; do Departamento Municipal de Limpeza Urbana; a Procuradoria,  e assim por diante. Eu não vou fazer uma enumeração maior de obras realizadas, e eu pretendo hoje, quase para finalizar este agradecimento, trazer uma reflexão que, de alguma forma, me torna inquieto em relação aos problemas relacionados com a nossa capital e à Região Metropolitana. É que naquela época, já passados 14 anos, começava a aparecer um problema que despontava naquela época e que hoje se observa com intensidade, que é o desaparecimento das fronteiras entre os municípios da Região Metropolitana. O que significa que hoje não tem quase sentido nenhum atravessar de um município para o outro, quase não se sente, não se observa nenhum tipo de fronteira, é tudo uma coisa só.

Todavia, os problemas de saneamento básico, de saúde, de educação, de segurança, de parcelamento do solo, de controle ambiental, continuam sendo prestados de forma tradicional, ou seja, isolados por Prefeituras que integram a Região Metropolitana. Na minha visão, portanto, eu observo que os problemas metropolitanos comuns, ainda estão em fase de planejamento. Por isso mesmo eu deixo uma mensagem  aos Senhores que dirigem a Cidade e, também, aos Srs. Vereadores e eu faria, nesse caso,  a minha mensagem, o meu apelo, é uma profunda  reflexão em torno deste surpreendente problema da Região Metropolitana e de seus problemas comuns.

No final, meus Senhores e minhas Senhoras, sublinhe-se que estas realizações, de uma administração pública ou privada, qualquer realizações, constituem-se numa infindável soma de êxitos e reveses e que as realizações, como nas guerras, não devem ser atribuídas apenas a um comandante, mas também, aos seus colaboradores, aos servidores públicos, ao apoio do Parlamento, da sociedade, algo que, sem dúvida, nunca me faltou.

 Manifesto, também, os meus agradecimentos e  o apoio que recebi de minha esposa Maria Inês, dos meus filhos e da minha equipe, a equipe que compôs o meu Governo. Costumo sempre dizer que àquela equipe nunca faltou determinação. Tanto assim que, na época, e vale eu ler e anotei para não esquecer, que, na nossa época, com a nossa equipe e em nossa simplicidade, talvez até ingenuidade, nós parafraseávamos  Murilo Mendes, dizendo que: “ para Porto Alegre, só não existia o que não podia ser imaginado.” Éramos, então, todos sonhadores e ainda o somos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Além de ganharmos um novo cidadão e nos sentirmos honrados com isso, nós estamos comunicando ao Conselho  dos  Cidadãos Honorários  de Porto Alegre, que este Conselho está sendo enriquecido, hoje, com um grande colaborador As reuniões serão comunicadas e vamos cobrar a sua presença. Vejo daqui um dos mais jovens conselheiros e que era da sua equipe, o arquiteto Moacir Moojen Marques, a quem tive a honra de conceder  esse título e também está sendo cogitado para participar dessas reuniões. Temos tido uma colaboração excelente. Acho que é o único lugar no Brasil onde o Cidadão Honorário participa de um Conselho.

Para a sua tranqüilidade digo que as questões da região metropolitana estão começando a ser tratadas com bastante efetividade, tanto pelos Executivos quanto pelos Legislativos. Inclusive nesta semana fizemos  uma reunião das vinte e duas  cidades da região metropolitana. Agradecemos o auxílio, com a visão de quem é cidadão honorário e que tem a sabedoria de nos dar esses conselhos.

Convidamos a todos os presente para assistirem, em pé, a execução do Hino Rio-Grandense.

 

(Executa-se o Hino Rio-Grandense.)

 

Obrigado a todos os presentes e mais um abraço afetuoso no nosso homenageado, à sua esposa e familiares.  

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão Solene.

 

(Encerra-se a Sessão às 20h47min.)

 

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